Lugar de mulher é onde ela quiser

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Atualmente fala-se muito em empoderamento feminino, questões de gênero têm sido cada vez mais discutidas – e ainda bem! Mas, muitas vezes essas falas de “empoderamento” e “militância” acontecem de forma errônea ou meramente por fins mercadológicos. Isso, porque há diversos tabus e interpretações equivocadas que envolvem a questão do direito da mulher.

Eu aprendi que “lugar de mulher é onde ela quiser” desde muito cedo. Comecei minha carreira muito jovem, tive acesso a estudos e informações que me ajudaram a entender os nossos direitos e nossa posição na sociedade. Digo isso porque sabemos que muitas vezes o machismo é a principal causa que afeta o “direito de ir e vir” das mulheres, e que nasce de uma cadeia de costumes passados.

Atualmente fala-se muito em empoderamento feminino, questões de gênero têm sido cada vez mais discutidas – e ainda bem! Mas, muitas vezes essas falas de “empoderamento” e “militância” acontecem de forma errônea ou meramente por fins mercadológicos. Isso, porque há diversos tabus e interpretações equivocadas que envolvem a questão do direito da mulher.

O Feminismo é um movimento social por direitos civis, protagonizado por mulheres, que desde sua origem reivindica a igualdade política, jurídica e social entre homens e mulheres. Sua atuação não é sexista, isto é, não busca impor algum tipo de superioridade feminina, mas a igualdade entre os sexos!

Em uma sociedade patriarcal como a nossa, é difícil se desvencilhar de velhos pensamentos. Muitas vezes estamos tão acostumados que nem percebemos situações de machismo, até mesmo quando dizemos que uma mulher sempre dá conta de tudo (como se esse desgaste fosse da natureza feminina). Por isso é tão importante educar as novas gerações e dar um novo exemplo.

Ao estudarmos vemos que o feminismo é um movimento social e político de mulheres e para mulheres que desde o século XIX (dezenove), vem promovendo mudanças políticas e sociais em benefício das mulheres e da sociedade como um todo. Suas bandeiras iniciais eram o acesso à educação formal e o direito ao voto e à elegibilidade para mulheres, seguidas por liberdades civis e autonomia legal, como o direito a posses, direitos trabalhistas e direito ao divórcio.

Mais à frente os direitos reprodutivos e a luta contra a violência física, sexual e psicológica também se tornaram bandeiras importantes desse movimento. Ao longo dos anos e conforme cada contexto, que são as ondas do feminismo, tivemos a primeira, a segunda, a terceira e quarta onda.
O feminismo é caracterizado pela pluralidade de pautas, portanto está em constante transformação. A desigualdade de gênero é estrutural e milenar, refletindo-se em todos os aspectos da vida social, desde a esfera pública, o mercado de trabalho, até o ambiente doméstico. A representatividade política ainda deixa muito a desejar.

Apesar do feminismo estar sendo conquistado nos mais variados países, a presença de mulheres em cargos eletivos ainda é pequena, portanto, vemos uma sub-representação desse grupo nos parlamentos e governos.
No mercado de trabalho, da mesma forma, podemos falar até mesmo dos pequenos e grandes escritórios do Brasil, que mulheres ainda recebem menos que os homens, ainda que tenham a mesma qualificação e ocupem o mesmo cargo. Ou seja, não têm acesso aos mesmos direitos que os homens.
No ambiente doméstico, o trabalho continua majoritariamente delegado às mulheres, ainda que elas trabalhem fora e contribuam financeiramente com as despesas da família.

A violência contra as mulheres perpassa todos os ambientes mencionados – públicos, laborais e domésticos – na forma de múltiplos assédios e também de agressão física e sexual. O feminicídio é um grande desafio para governos e tem crescido, apesar das conquistas femininas. E fora esses crimes mais comuns que vemos nos canais de telecomunicações com frequências como: feminicídios, violência doméstica, assédio sexual e no trabalho, pesquisam mostram que uma em cada quatro mulheres é vítima de violência obstétrica na hora do parto! Sem esquecer que violência não é só física: agressões psicológicas crescem anualmente.

Dessa forma, não dá para simplesmente ignorarmos o fato de que as mulheres, ainda sofrem com o machismo e com a violência, são cobradas a todo instante e ainda sentem medo de expressar de sair pelas ruas e serem violentadas, etc…
Lembrando que, muita gente (e não apenas os homens! Tem mulher que não se identifica com o feminismo por falta de informação) pensam que o movimento feminista busca privilégios, quando, na verdade, é sobre igualdade de direitos, sendo que empoderamento são os atos de reivindicações das mulheres.

Reivindicações por direitos que foi transformada em um bicho de sete cabeças e aterroriza muita gente desinformada. Se informar, ter empatia e cuidado com o próximo, com a mulher, é o primeiro passo para reconhecer que “lugar de mulher é onde ela quiser”.

Artigo produzido pela Advogada Luciana Campos.